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30 agosto 2010

Non-Stop – Crônicas do cotidiano, de Martha Medeiros

"Um dos meus defeitos de adolescente era não gostar de nada que eu não compreendia, a começar por mim mesma." (p. 131)

Non-Stop - Crônicas do cotidianoMartha Medeiros

Há umas duas semanas eu ando lendo um livro chamado Non-Stop – crônicas do cotidiano (2001), que é um conjunto de crônicas escritas pela escritora gaúcha Martha Medeiros, publicitária e redatora de agências conhecida no Brasil pela obra Divã, cuja adaptação para o cinema teve grande sucesso.

O exemplar que chegou às minhas mãos foi presente de um amigo que estimo bastante, e que adora conversar comigo sobre literatura. Além do livro em questão, ele me presenteou também com O seminarista, de Rubem Fonseca, romance que terá seu lugar aqui no blog em breve. O livro da Martha foi lançado em uma edição de bolso da L&PM Pocket.

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Sinopse: Vivemos um tempo de manchetes espetaculares explodindo nos jornais; a vida passa ao vivo pela TV e todos nós acabamos por compartilhar planetariamente os dramas do mundo. E se por um lado há o grande mundo que todos vêem pela televisão, por outro, há o pequeno e anônimo mundo de cada um de nós. O cotidiano dos milhares de pessoas que circulam pela cidade grande com suas incertezas, alegrias, dúvidas, paixões, dramas e esperanças. Martha extrai da complexidade dos tempos que correm a reflexão que atinge e aquece o coração dos seus leitores.

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Eu nunca havia lido um livro de crônicas, essa é a verdade. Mal sabia discriminar que gênero é esse de que as pessoas tanto falam e que impulsiona tantos escritores. Eu já havia lido alguns textos intitulados de "crônicas" escritos por Carlos Drummond e Olavo Bilac, mas foi somente lendo Martha Medeiros que finalmente entendi o que significa a crônica moderna por excelência.

De textos que vão desde setembro de 1999 até setembro de 2001, Martha discorre sempre sobre o mesmo assunto: o cotidiano e devemos perceber que esse é um tema vastíssimo. Ela escreve sobre a sociedade em geral, sobre filmes a que assiste, livros que lê, cartas que recebe, cenas que testemunha etc., e invariavelmente dá a sua opinião sobre a coisa.

Non-stop Divã

Non-stop (edição de luxo) e Divã

No entanto, apesar da vastidão de assuntos, o que a autora parece preferir é o subtema "relacionamentos amorosos", sexo incluído, responsável por uma boa quantidade de textos. Essa fixação pelo tema às vezes sugere uma semelhança com livros de auto-ajuda, mas – ainda bem – passa longe da pieguice, coisa que a própria autora não suporta.

As crônicas são curtíssimas e mal chegam a duas páginas. Para se ter uma idéia, a coletânea tem 254 páginas e mais de cem textos. Realmente é o tipo de redação que se publica numa coluna de jornal; uma espécie de "pausa curta para reflexão" enquanto você está passeando seus olhos pelas notícias. Uma única crônica pode ser lida em menos de um minuto.

Com alguns pensamentos você concorda, com outros não; alguns você acha esquisitos, outros, lúcidos. E é sempre bom entrar em contato com essas opiniões diferentes, primeiro porque o leitor repensa as suas questões e, segundo, porque ele tem a oportunidade de se reafirmar.

Minha mãe devorou o livro e até pensou em comprar outros da Martha, como Doidas e santas e Divã. Talvez eu dê a ela um de presente.

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Conclusão: é o tipo de literatura destinada a passar o tempo. Como livro de crônicas, excelente.

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Abaixo, um trecho muito interessante:

"Foram os livros que me deram consciência da amplitude dos sentimentos. Foram os livros que me justificaram como ser humano. Foram os livros que destruíram um a um meus preconceitos. Foram os livros que me deram vontade de viajar. Foram os livros que me tornaram mais tolerante com as diferenças. Foram os livros que me deram ânsia de investigar mais e profundamente o meu mundo secreto." (p. 148)

Abaixo, o trailer do filme Divã, inspirado em uma obra de Martha.

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23 agosto 2010

Quando só restar o mundo, de Mauro Pinheiro

"E qual seria a matéria-prima do destino? O tempo? As pessoas?" (p. 8)

Quando só restar o mundoMauro Pinheiro

Eu já descobri há muito tempo que um passeio despretensioso por uma livraria qualquer, além de muito prazeroso, pode trazer também muitas revelações, principalmente se você é alguém que gosta de ler livros que os outros desconhecem. Foi assim – passeando sem objetivo pela livraria – que descobri Coração, de Natsume Soseki, Templo, de Matthew Reilly e Um país distante, de Daniel Mason (ótimos e desconhecidos livros).

Sábado passado, foi totalmente por acaso que dei de cara com Quando só restar o mundo (2002), romance escrito pelo carioca Mauro Pinheiro, nome até então quase anônimo no nosso circuito literário brasileiro. Vocês já ouviram falar dele? Eu também não, até semana passada. E continuaria hoje sem saber quem era, se não tivesse levantado o olhar sem querer e visto aquele volume de meras 122 páginas espremido entre a parede da estante e um catálogo sobre a Revolução Francesa.

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Sinopse: Pedro Paulo é desencantado com a profissão, estéril, inadaptado ao universo nem sempre ético do mercado financeiro, em crise de solidão. Pede demissão do emprego, destruindo seu mundo estável e confortável, e parte de carro para procurar na Bahia a mulher que o abandonou. Mas na estrada se vê inesperadamente envolvido numa perigosa aventura com outra mulher, a misteriosa Serena, e seu filho pequeno.

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No site da editora Rocco (aqui), há o seguinte trecho da biografia do escritor:

"Mauro Pinheiro nasceu no Rio de Janeiro. Morou no subúrbio até os dezessete anos, quando decidiu intervir no destino que lhe parecia óbvio, e botou o pé na estrada. Viajou pelo Brasil durante três anos, vivendo de bicos e da solidariedade dos amigos que fez."

Isso lembra, em quase tudo, a história do andarilho Christopher McCandless, norte-americano de classe alta que abandonou o "destino que lhe parecia óbvio" e circulou durante dois anos pelos Estados Unidos, fazendo amigos pela estrada, até ser encontrado morto dentro de um ônibus no Alasca.

Estou falando isso (fazendo essa relação) porque gosto de coisas desse gênero aventuresco. Pessoas que têm visão para perceber que suas vidas são valiosas demais para serem desperdiçadas dentro de um escritório ou na frente de um computador – ou nas duas coisas simultaneamente – essas pessoas sempre me atraíram. Tenho simpatia por elas. Porque, no fundo, penso do mesmo jeito.

Como viajante inveterado, Mauro Pinheiro não poderia deixar de transportar esse sentimento desprendido para os seus livros. Todos eles – quatro, até agora – estão incluídos no gênero que eu resolvi chamar de road book: livros cujas tramas estão baseadas em viagens sem rumo pelas estradas, cujo objetivo é, necessariamente, a viagem em si, e não o destino.

Quando só restar o mundo é um clássico desse gênero. Durante a viagem que os três protagonistas (Pedro, Serena e seu filho) empregam ao longo da história, nós leitores somos transportados para praias desertas do nordeste, bares de estrada, pousadas baratas e paisagens tropicais. Essencialmente brasileiro nesse aspecto do cenário, o romance, embora curto, vai desfiando uma trama singela que cativa e emociona qualquer um.

Li o livro em um final-de-semana. É uma leitura rápida, fluída. A linguagem da narrativa é deliciosa e se situa no meio-fio que separa o formal do coloquial. Como definiu muito bem Jason Tércio,

"Com uma linguagem coloquial, sem maneirismos experimentalóides, Mauro narra muito habilmente uma aventura literária que emociona e nos faz pensar na fragilidade e no efêmero da existência, mas sobretudo na importância crucial da liberdade."

Conclusão: Muito recomendado. Estamos diante de um livro que merece ser lido, e de um autor que merece ser apreciado.

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A seguir, um trecho de entrevista com o autor disponibilizado no site da Rocco. (Para ter acesso a toda a entrevista, acesse aqui.)

"Eu passei boa parte da vida nas estradas, é natural que minhas histórias sejam impregnadas de viagens. Com dezessete anos me desiludi com o vestibular. Passei uns três anos viajando pelo Brasil. Depois, mais dez anos no exterior. Talvez eu use as estradas para falar das coisas que me emocionam, como a amizade, os encontros e desencontros entre os seres – coisas que não acontecem unicamente nelas, mas que eu pude experimentar através delas."

15 agosto 2010

Segurança pública?

"Crie uma imagem mental nítida da coisa certa a fazer antes de executá-la." (Alex Morrison)

Ainda permanece um mistério o que levou um policial militar a balear um estudante de 14 anos no centro congestionado da cidade de Fortaleza. Mas os fatos, amplamente divulgados pelos jornais, foram os seguintes.

O policial homicida estava em um carro da polícia, parado no acostamento de um semáforo, quando viu uma motocicleta passar por um cruzamento. Os dois ocupantes da moto foram considerados suspeitos – por quê, ninguém sabe, mas foi alegado que "o menino da garupa estava olhando constantemente para trás, para o carro da polícia". O policial então cismou, iniciou uma perseguição, ordenou que o motorista da moto parasse, mas, como nada aconteceu, um tiro foi disparado na nuca do menino, que estava na garupa.

O grande problema é que

"no local da tragédia, familiares da vítima informaram que o pai do garoto trabalhava com conserto de refrigeradores e costumava levar o filho nas visitas que fazia. O menino carregava uma caixa de ferramentas do trabalho do pai. A Polícia não encontrou nenhum crime em nome do pai da vítima. O homem afirmou que não ouvira, de modo algum, o alarme da polícia e a ordem para que parasse."

Foto: Leal Mota Filho 

A Polícia afirma que "a arma foi disparada acidentalmente", mas ninguém acredita nessa história. Seria demais que o acaso determinasse que uma arma disparasse nessas circunstâncias, justamente na nuca da vítima. O que está em jogo é o despreparo dos policiais que monitoram a segurança pública, isso sim. Inúmeras questões de procedimento devem ser ministradas nas academias de polícia, para que casos assim não voltem a ocorrer.

Considero um absurdo matar uma pessoa inocente, principalmente quando ela foi alvo do equívoco de policiais. É o mesmo caso do brasileiro Jean Charles, assassinado pela Polícia inglesa ao ser confundido com um terrorista foragido. E muitos outros casos que aconteceram mundo afora, dos quais às vezes nem temos notícia.

Antigamente, saíamos de casa com medo de sermos assassinados por bandidos, mas agora nós saímos também com medo de sermos mortos por policiais. O desfecho catastrófico de pessoas inocentes, como o rapaz da motocicleta, e a visível impunidade dos verdadeiros bandidos (muitos deles engravatados) são a fonte de maior consternação sentida pelo povo da nossa sociedade nos dias atuais. É o que eu acho.

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Não é o objetivo do Gato Branco em Fuligem de Carvão tratar de assuntos relacionados à sociedade física em que vivemos, sejam eles quais forem (a segurança pública, por exemplo). Como os leitores freqüentes puderam perceber, nenhum comentário sobre as recentes campanhas para as eleições presidenciais foi traçado aqui, tampouco algo sobre o vazamento de petróleo no Golfo do México ou sobre a Copa do Mundo na África. 

Golfo do MéxicoCopa do Mundo 2010

O mais longe que eu, dono do blog, me contento em ir, é escrever sobre aspectos filosóficos pertinentes à literatura, à música e ao cinema, e o pouco que isso implica na comunidade social. Tudo o que se situa fora desse círculo temático não compete a mim, diretamente, nem às pessoas que vez ou outra contribuem com um assunto de artigo. Falar sobre livros, músicas e filmes é a primazia até então.

Mas, resolvi abrir uma exceção hoje e falar exatamente sobre isto: sobre um aspecto fundamental da nossa sociedade que, infelizmente, está distorcido e precisa ser consertado – a segurança pública.

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"O pior de tudo era o sangue. O sangue que saía da parte de trás da cabeça dele e caía no asfalto, e ia para debaixo do corpo morto. O contraste do negro do piche do asfalto e do vermelho do sangue causava náuseas. Aquele corpo de rapaz ali, inerte, inocente, acabado, coberto por um pano. E os policiais e as pessoas ao redor, e o pai, derrotado, abraçado ao filho. Tudo isso era angustiante e durou muito tempo. Os policiais pareciam realmente incomodados, mas o que batucava na cabeça deles era isto: Se for bandido, ótimo, se não for, fazer o quê? Mas o menino lá estava no chão, como que a gritar com eles: Vocês ainda têm muito o que aprender. Sempre tiveram. Todos, todos vocês."

09 agosto 2010

Sete anos no Tibet, de Heinrich Harrer

"Meu maior desejo é que este livro possa trazer alguma simpatia por um povo cuja vontade de viver em paz e liberdade recebeu tão pouca solidariedade de um mundo indiferente." (p. 317)

Sete anos no TibetH. Harrer

Eu estava perambulando à toa por uma livraria da cidade, junto com meu irmão, quando me deparei com um exemplar de Sete anos no Tibet (Seven years in Tibet, 1953). O livro foi escrito pelo aventureiro alemão Heinrich Harrer e conta como ele e seu amigo, Peter Aufschnaiter, chegaram e se estabeleceram na capital do Tibet depois de cruzarem boa parte da cadeia montanhosa do Himalaia, fugindo da polícia anglo-indiana e de um campo de concentração na cidade de Dehra Dun. Em Lhasa, capital do Tibet, Harrer acabou se tornando algo que nem ele mesmo poderia prever: professor de Sua Santidade o Dalai Lama.

Assim que li a sinopse na contra-capa do livro, imaginei que ninguém poderia passar por uma aventura maior do que essa. E, como eu sempre fui fã de aventuras, comprei o livro no ato. (Só fui saber da existência do filme depois.) O volume que eu adquiri foi publicado pela editora L&PM Pocket, mas há uma outra, mais elaborada, lançada pela Asa – infelizmente, fora de circuito.

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Sinopse: Heinrich Harrer é considerado um dos maiores alpinistas e aventureiros do século XX. Este livro conta como ele e seu companheiro, Peter Aufschnaiter, chegaram até a Cidade Proibida do Tibet – Lhasa – depois de fugirem de um campo de prisioneiros de guerra na Índia, em 1943. Nessa fuga, que durou quase dois anos pelo interior da Ásia, ambos atravessaram todos os tipos de perigo, ao cabo dos quais foram acolhidos na cidade sagrada de Sua Santidade, o Dalai Lama.

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Poucas coisas me angustiam tanto quanto não acabar de ler um livro grosso nas férias e arrastá-lo para o período de aulas. Foi isso o que aconteceu com Sete anos no Tibet: comprei-o nas férias, comecei a lê-lo nas férias, mas as férias acabaram e agora eu tive de terminá-lo no final-de-semana passado, depois de vários dias parado. O ritmo da leitura foi quebrado e o ânimo para pegar outra vez no livro desaparecera, tudo por conta das inúmeras atividades acadêmicas que eu tenho de enfrentar.

Bem, depois que Heinrich Harrer se juntou a uma expedição de alpinistas que escalariam o monte Nanga Parbat no Himalaia, a primeira coisa que o grupo fez foi ficar uma temporada na Índia para sondar o melhor percurso até a montanha. Acontece que, enquanto eles estavam por lá, encantados com o povo indiano e a beleza natural do país, a 2ª Guerra Mundial rebentou e a Inglaterra declarou guerra à Alemanha em nome de todo o seu império – Índia incluída.

Como Harrer e os outros alpinistas eram alemães, a polícia indiana os prendeu em um campo de concentração e não apresentou a menor perspectiva de tirá-los de lá. Este é o ponto de partida do livro: Harrer narra a sua fuga (cômica) da prisão e a conseqüente jornada que empregou pelo interior montanhoso da Ásia até chegar ao Tibet, junto com um outro integrante da expedição inicial, Peter Aufschnaiter.

Cena do filmeHarrer e Dalai Lama

1º) Cena do filme Sete anos no Tibet ; 2º) Harrer e o Dalai Lama juntos

A linguagem que Harrer utiliza no seu livro pertence àquela classe de linguagens objetivas, cristalinas e encantadoras – ou seja, de coisas muito bem escritas. As palavras são extremamente bem escolhidas e a harmonia das frases embala o leitor. (Eu leio e releio uma mesma frase várias vezes só pelo fato de ela ter sido bem construída. Exemplo: "Alimentado por numerosos riachos vindos do Himalaia, esse rio fica cada vez maior e, à medida que cresce, mais tranqüilo fica o seu curso.")

Existe uma particularidade na narrativa do livro que vale a pena ser comentada: ela não constitui o modelo típico de narrativa de viagem contemporâneo, em que o autor narra a sua aventura como se fosse um thriller de ação. Não. Provavelmente pelo fato de ter sido escrito na década de 50 – uma década de literatura ainda conservadora –, Sete anos no Tibet apresenta uma narrativa totalmente sincera, totalmente despida de qualquer atrativo "colorido". Ali temos Harrer contando a sua história, e nada mais; nada de trechos de tirar o fôlego, nada de suspense, nada de história de amor inserida. Apenas a realidade essencial dos fatos.

Harrer e Dalai Lama (2)

Embora esse modelo "frio" de narrativa seja interessante pelo fato de ser sincero, confesso que fiquei um pouco incomodado. Porque, dada a vastidão quase inconcebível da aventura de Harrer, era de se esperar que o autor fizesse um discurso mais detalhado dos fatos. Nas partes mais instigantes e atrativas da aventura, o relato às vezes me parecia despojado de emoção, panorâmico demais, seco demais, como um diário. E o que poderia ser algo bacana por conta dos detalhes acaba passando despercebido, fazendo com que a história tenha suas partes monótonas. (Vale lembrar que o livro, que possui mais de 300 páginas, não tem diálogos.)

Mas esse é o único "problema" do livro. De um modo geral, adorei lê-lo, e pude ver que Harrer faz jus ao título de "um dos ocidentais que mais conhecem o Tibet". Suas descrições dos costumes e rituais tibetanos são – nesse caso – bem detalhados e esmiuçados, elucidativos.

E esse lance de um aventureiro fugir de um campo de concentração e acabar como professor do Dalai Lama é uma das coisas mais interessantes que já li na vida – é o acaso em prol de uma boa história. Todas as observações que o autor faz do país são transmitidas ao leitor, desde a acolhida inicial até os dias finais de sua estada por lá, quando a China comunista invadiu o território tibetano e Harrer teve de deixar o país.

Conclusão: um livro que, sem dúvida, merece ser lido. Mas encare-o desde já como uma fonte de informações, e não necessariamente como puro entretenimento.

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"A primeira coisa que fazia, todos os dias, era escutar as notícias, e muitas vezes lamentava e pensava em coisas que os ocidentais acham importantes. Aqui, o ritmo do iaque dita o ritmo de vida, e assim tem sido por milhares de anos. Será que o Tibet seria mais feliz se fosse transformado? (…) acelerar o ritmo da existência poderia roubar a paz e o lazer. Não se deve forçar um povo a utilizar novas invenções que estão muito à frente do seu estágio de evolução." (p. 222, grifos meus)

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Abaixo, o trailer do filme Sete anos no Tibet, estrelado por Brad Pitt e dirigido pelo "visionário" diretor Jean-Jacques Annaud. A música fica por conta de John Williams. (Infelizmente, não achei um vídeo legendado…)