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30 janeiro 2010

Maré Voraz, de Amitav Ghosh

“(…) as palavras são como o vento que faz ondular a superfície da água. O verdadeiro rio corre por baixo, sem ser visto nem ouvido.” (p. 357)

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Hoje pela noite, depois de voltar de uma cerimônia literária da qual não fui o vencedor do prêmio maior, eu finalizei a leitura do romance Maré Voraz (The Hungry Tide, 2005), escrito pelo indo-americano Amitav Ghosh, que se revelou um grandessíssimo contador de histórias para mim nessas férias.

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Sinopse: Em Maré Voraz, o escritor indiano Amitav Ghosh cria um universo fascinante ao retratar o conflito entre a civilização e o mundo selvagem, através de uma Índia desconhecida e perigosa. Em meio a uma exótica região formada por um labirinto de ilhas pequenas e selvagens, apelidadas de Sundarbans, três pessoas de mundos diferentes — uma pesquisadora, um jovem pescador e um empresário indiano — irão se encontrar, com interesses diferentes e resultados imprevisíveis.

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Maré Voraz entrou para a gloriosa lista dos livros que me encantaram profundamente durante a leitura e que, sem restrições, recomendo a todos. E essa lista não é tão grande assim: tenho certos critérios que fazem alguns romances bons ficarem do lado de fora.

A primeira coisa que me encantou no livro de Ghosh foi o estilo de escrita que ele adotou, e que parece adotar em todos os seus textos: leve, tradicional, sem invencionismos literários, do tipo prático que, sem rodeios, vai direto ao assunto – mas que, ainda que seja bem objetivo, não perde a elegância. Ghosh tem a invejável capacidade de escrever de uma maneira limpa, charmosa, fazendo com que o leitor não desgrude os olhos das páginas pelo simples fato de elas serem muito bem escritas.

Como se o seu impecável estilo de escrita não bastasse, Ghosh conseguiu reunir, em Maré Voraz, uma miríade de aspectos sociais, políticos e ambientais de forma incrivelmente atraente. Ele imerge esses assuntos em uma história repleta de aventura e suspense, mesclando ficção com fatos verídicos e, no final das contas, dando fruto a uma trama intrincada que é atraente até em seus mínimos detalhes.

Outro feito notável de Ghosh, no romance em questão, foi o de conseguir transformar uma região longínqüa da Índia em algo particularmente interessante e universal. A região das Sundarbans abriga um arquipélago com inúmeras ilhas de nomes e costumes exóticos para nós, mas, apesar da aparente incompreensão que disso poderia surgir, lá está Amitav Ghosh a nos explicar detalhe por detalhe tudo o que cerca o lugar – incluindo os costumes do seu povo, a origem dos nomes complicados e outras coisas.

Fiquei particularmente interessado no incidente de 1970 em Morichjhãpi, que é descrito no livro e que faz a história parecer mais verossímil ainda, isso porque alguns dos personagens se envolvem com o acontecimento. Um enorme grupo de refugiados que, por causa de um bombardeio, foram expulsos das regiões da fronteira, caminha a esmo pelo país das marés até resolver se fixar em uma ilha isolada e desabitada: Morichjhãpi. Nela, os refugiados começam a construir a sua nova sociedade, limpa e organizada; mas, infelizmente, acabam criando problemas com o governo local, pois a área é reservada à preservação ambiental. Daí resulta-se uma violenta guerra civil, da qual um personagem de Maré Voraz participa ativamente.

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Fiquei com vontade de ler outros títulos do autor – na verdade, os únicos restantes, que foram publicados aqui no Brasil –, chamados O Palácio de Espelho e O Cromossomo Calcutá. Mas, antes, quero confirmar se Ghosh realmente repete a dose de dinamismo presente no livro que acabei de ler.

“(…) O que ele queria não era diferente do que todos os sonhadores sempre quiseram. Queria construir um lugar onde ninguém explorasse ninguém, e onde as pessoas vivessem juntas sem distinção e diferenças mesquinhas de classe. Sonhava com um lugar onde homens e mulheres pudessem ser lavradores de manhã, poetas à tarde e carpinteiros à noite.

Kanai começou a rir.

”E olhe o que ele conseguiu – disse. – Estas ilhas devoradas por ratos.” (p. 65)

24 janeiro 2010

Sobre autores bons, mas desconhecidos.

Acreditem, eles existem às pencas. Basta procurar direito.

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Se você, amigo (que com certeza veio parar neste blog por puro acaso), pertence à laia dos leitores de livros que não se contentam apenas com o que a lista de mais vendidos da VEJA ou da Época alardeia em suas últimas páginas, este é um tópico que provavelmente despertará a sua atenção: Autores ou livros que são ótimos, mas que são desconhecidos do público (e que não entram em lista alguma de “mais vendidos”).

Você conhece algum livro ou algum autor “anônimo” assim? Provavelmente.

Não é fácil escrever um livro.

Não é fácil achar uma obra literária que seja boa e anônima, pela simples e primordial razão de que tudo o que é bom (ou nem sempre, certo) vem à tona muito rapidamente. Embora tenhamos muitos exemplos de livros que são piegas e que, ainda assim (ou talvez por isso mesmo), conquistam o coração do público, existem também muitos autores e livros originais e ótimos que não chamam a atenção das pessoas. Por que razão? Porque não são devidamente divulgados.

(Eu poderia começar a falar aqui sobre como a mídia da televisão e dos jornais influencia o gosto alheio, etc. etc., mas vou deixar essa questão política e social de lado.)

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Bom, vamos ao que interessa. Eu gostaria de começar falando sobre um "achado" que veio cair em minhas mãos recentemente. Trata-se de um escritor: o escritor indo-americano Amitav Ghosh, que, infelizmente, só possui três romances publicados aqui no Brasil, sendo que um deles (O Cromossomo Calcutá) está esgotado há quase dez anos. Os outros dois (O Palácio de Espelho e Maré Voraz) saíram pela (ótima) editora Alfaguara. Se você fala inglês fluentemente e conhece esse idioma como a palma de sua mão, considere-se um felizardo, porque assim poderá ler os vários romances do Ghosh no original. (É, ele pertence ao grupo de escritores indianos que escrevem sobre a Índia, mas moram nos E.U.A e escrevem em inglês.)

Amitav Ghosh é um autor mundialmente reconhecido e, inclusive, chegou a ser comparado pelo The Observer a Dickens, Tolstói e Dumas na mesma frase! Seus livros geralmente abordam questões políticas, ambientais e sociais ao mesmo tempo – e o que torna tudo isso atraente é o fato de que Ghosh consegue imergir esses assuntos no meio de uma história incrivelmente cativante e cheia de aventuras e suspenses, dando margem até para a poesia e para o amor. Maré Voraz é um exemplo de um livro com essas qualidades de que estou falando.

É comum, em seus livros, Ghosh misturar elementos verídicos com elementos fictícios, criando uma história que ganha em verossimilhança por conta da citação de fatos reais ao longo do texto.

Por sinal, seu romance Sea of Poppies é considerado o Melhor Livro de 2008 por inúmeros jornais internacionais de respeito, incluindo San Francisco Chronicle, Chicago Tribune, Washington Post, New York e etc. Por informações como essa, dá para perceber que o indiano é peixe grande na literatura. E por que ele não é explorado pelos editores brasileiros? Mistério…

Estou com certa vontade de ler seu romance Palácio de Espelhos, um monumental e épico livro que fala, dentre outras coisas, sobre a colonização da Índia pelos britânicos.

Nem é fácil ficar famoso por isso.

Outro sujeito da literatura que não é muito conhecido por nós, brasileiros, mas que mesmo assim qualifico como sendo “ótimo” é o norte-americano David Benioff, autor do muito divertido Cidade de Ladrões – livro que, inclusive, mereceu uma postagem aqui no Gato Branco.

Apenas o romance supracitado de Benioff possui tradução para o português, de modo que podemos ter somente uma atevisão do que é o trabalho dele. Aliás, nem tanto: Benioff escreve muitos roteiros para o cinema, tendo já assinado projetos famosos como Wolverine – Origens e Tróia. É através desses filmes que também podemos conhecer um pouco mais do seu processo criativo. Mas na literatura… muito pouco, por enquanto.

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E você, por acaso tem alguma dica de um autor (ou de um livro) desconhecido, mas excelente?

Deixe um comentário.

:)

17 janeiro 2010

Pobre George, de Paula Fox

“Será que o mais próximo que se podia chegar da felicidade era um vago sentimento de auto-aceitação?” (p. 209)

Pobre George Paula Fox

Hoje pela manhã, eu finalizei a leitura do sétimo livro que estava na fila do meu Projeto Leitura de Férias: Pobre George (Poor George, 1967), escrito pela avó de Courtney Love, a norte-americana octogenária Paula Fox.

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Sinopse: George Mecklin é um professor de inglês insatisfeito com sua vida e seu casamento. A vida de George parece não ter qualquer propósito até o momento em que ele surpreende um adolescente dentro de sua casa. Ernest não é um ladrão; gosta apenas de investigar a vida dos moradores por lazer. E o que poderia se tornar um caso de polícia acaba sendo uma reviravolta na vida de George. Um retrato vívido e ácido da vida em um subúrbio americano na década de 1960, Pobre George tem diálogos abruptos e um perturbador elenco de personagens secundários.

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Comprado totalmente a título de improviso e tapa-buraco (eu tinha de ler alguma coisa enquanto Maré Voraz, de Amitav Ghosh, não chegava pelo correio), Pobre George saltou aos meus olhos enquanto eu passeava pela minha livraria predileta no norte da cidade.

Sem compromisso algum, peguei o volume em mãos e li a sinopse que a editora Record escreveu na contracapa. Imediatamente minha atenção foi captada… parecia ser o tipo de leitura que eu vinha procurando há muito tempo. Verifiquei o preço: razoavelmente barato. Ainda fiquei em dúvida se levava para casa ele ou Após o Anoitecer, de Murakami, mas acabei me decidindo pelo Pobre George, mesmo. (Murakami fica para outro dia.)

O livro de Paula Fox é muito bom. A narrativa começa de forma interessante, embora logo depois essa sedução se perca, para depois reaparecer outra vez, dessa feita para valer. Ler Pobre George pode não ser um exercício absolutamente prazeroso do início ao fim, mas, bem feitas as contas, vale bem a pena você gastar três dias de sua vida para lê-lo. É a história um tanto inusitada do livro que faz com que o leitor não abandone o volume.

Mesmo sendo narrada em capítulos bem longos (coisa de que não sou muito fã), a trama prende o interesse do leitor e faz com que este não largue o livro, principalmente quando chegam as últimas páginas, que é onde o enredo toma proporções mais dinâmicas. Eu, pessoalmente, estaria mentindo se dissesse que não gostei da história. Gostei, sim, e bastante.

Um ponto alto do livro é algumas pequenas frases que são ditas de repente, e que contêm boas verdades. O narrador, autor da maioria dessas frases, é áspero e inflexível, o que dá à obra um caráter também interessante, como se a pessoa que conta a história estivesse ali para julgar fatalmente os personagens.

Em suma, Pobre George é um bom passatempo.

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“Ela é a avó da Courtney Love, sabia?”, disse a minha amiga, Natália, quando eu mostrei o livro a ela.

“Quem? Paula Fox?”, perguntei, surpreso. Courtney Love é uma das roqueira mais desvairadas que existem: aquela que teve um relacionamento com o Kurt Cobain. “Parece difícil de acreditar que Paula Fox seja avó da Courtney.”

“Mas é”, Natália afirmou. “Acredite.”

Fui pesquisar o boato e descobri que é verdade. Mundo louco, este.

10 janeiro 2010

Noite, de Erico Verissimo

Tudo isto pode ser apenas um sonho e ninguém nunca nos pede contas de que fazemos em sonhos.” (p. 107)

Noite Erico Verissimo

Hoje pela manhã, eu finalizei a leitura da novela brasileira Noite (1954), escrita pelo gaúcho Erico Verissimo e recentemente editada pela Cia. Das Letras, em uma derradeira homenagem ao centenário de nascimento do escritor.

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Sinopse: Na cidade grande, um homem a quem o autor chama de Desconhecido vagueia ao acaso envolto pela multidão apressada. Anoitece e a hora é de um calor sufocante. Ele não sabe quem é, onde vive, o que lhe sucedeu. Pode apenas sentir, e seu corpo lhe diz que está amedrontado. Em sua mente há uma tênue figura de mulher e o reflexo insistente de um fato terrível, mas nada mais consegue lembrar.

Um dúbio sentimento de culpa o atormenta, impelindo-o à fuga, sem que possa refrear-se. De súbito está na zona do cais, num café de baixa categoria, e duas criaturas equivocadas o abordam. Parecem adivinhar nele um irmão, insinuam mesmo que é o assassino procurado pela morte de uma mulher naquela tarde. Um estranho fascínio o domina e o Desconhecido se deixa arrastar noite a fora, aos lugares mais sórdidos, sem reagir.

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Noite é um tratado psicológico de grande naipe. A densidade do embaraço do protagonista, ao longo da trama, é digna de um estudo mais detalhado. No entanto, como eu havia acabado de sair de um Dan Brown (O Símbolo Perdido), não estava totalmente preparado para analisar psicologicamente um personagem, esmiuçando detalhes de sua personalidade.

E deve ter sido por esse motivo que a leitura, nas suas primeiras páginas, me pareceu desinteressante. Minha cabeça não estava voltada para as metáforas, para as analogias e alegorias. Os acontecimentos estavam sendo narrados de uma forma pouquíssimo convincente, beiravam o ilógico, eram de fato incongruentes, como se Erico estivesse escrevendo a primeira coisa que lhe viesse à mente. Nenhum fato da narrativa estava sendo explicado, e isso confunde o leitor, sendo preciso (no meu caso) uma gotinha de força de vontade para segurar o livro nas mãos.

Li as 50 primeiras páginas sem vontade. Isso é muito, se formos levar em conta que o livro possui 126 páginas. Porém, com o advento de novos fatos e novas revelações da trama, processou-se uma guinada muito boa e li as 76 folhas restantes num fôlego só. Algumas coisas começaram a ser explicadas, elucidadas, os diálogos foram ficando mais interessantes, tangíveis, e (mais importante) tudo foi sendo explicado aos poucos.

Posto na balança, Noite merece ser lido, sim, sem sombra de dúvida. Principalmente para quem é fã do autor.

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A propósito…

Noite provavelmente foi o último livro que li do escritor Erico Verissimo. Não porque me decepcionei com a leitura dessa novela, mas porque realmente o que me restou para ler de sua obra de fato não me interessa muito, incluindo os livros infantis e as biografias. Acho que já li o melhor que Erico tem a oferecer (desde o inicial Ciclo de Romances, que é simplesmente magnífico, até o ácido Incidente em Antares).

E é com grande saudade que me despeço desses livros (e desse autor), que regraram tão bem a minha adolescência.

Infelizmente, não me anima muito a perspectiva de ler o glorioso O Tempo e o Vento; o tipo de romance histórico lá retratado não me atrai, e, pelas rápidas folheadas que dei nos volumes, isso só se tornou mais claro. Sei que essa minha aversão à trilogia dói nos olhos dos outros fãs do gaúcho. Mas não tenho culpa… Eu até queria que O Tempo e o Vento me atraísse, porque aí eu teria um prato cheio de leitura, principalmente agora que a Cia. Das Letras lançou todos os volumes em um belo box…

Mas, pelo menos por enquanto, não tenho planos para lê-los.

04 janeiro 2010

O Símbolo Perdido, de Dan Brown

“Se o infinito não quisesse que o homem fosse sábio, não teria lhe dado a faculdade de saber.” (p. 481)

O Símbolo Perdido Dan Brown

Hoje pela noite, encerrando oficialmente as leituras do ano de 2009, eu finalizei o romance O Símbolo Perdido (The Lost Symbol, 2009), escrito pelo mais popular autor de thrillers da atualidade: Dan Brown, norte-americano de 45 anos que mora na Nova Inglaterra com sua esposa, Blythe.

Dessa vez, ele mergulha fundo nos mistérios que rondam a sociedade da Francomaçonaria.

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Sinopse: Em O Símbolo Perdido, o célebre professor de Harvard, Robert Langdon, é convidado às pressas por seu amigo e mentor Peter Solomon – eminente maçom e filantropo – a dar uma palestra no Capitólio dos Estados Unidos. Ao chegar lá, Langdon descobre que caiu numa armadilha. Não há palestra nenhuma, Solomon está desaparecido e, ao que tudo indica, correndo grande perigo.

Mal'akh, o sequestrador, acredita que os fundadores de Washington, a maioria deles mestres maçons, esconderam na cidade um tesouro capaz de dar poderes sobre-humanos a quem o encontrasse. E está convencido de que Langdon é a única pessoa que pode localizá-lo.

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Não consigo ler um livro de Dan Brown (que tenha como protagonista o professor de simbologia Robert Langdon) sem associar o famoso herói urbano de Harvard a Indiana Jones, o também professor universitário de Spielberg que se lançava nas mais absurdas e surpreendentes aventuras em busca de algo antigo e poderoso relacionado a História.

Temos em O Símbolo Perdido (como não poderia deixar de ser) uma aventura de proporções grandiosas, envolvendo sociedades secretas (dessa feita, a maçonaria), a inteligência dos Estados Unidos (CIA), vilões bizarros, cruéis e inteligentes e uma miríade de personagens secundários que dão sua presença na trama intrincada bolada pela mente criativa de Brown.

Eu diria que este é o melhor livro que Dan Brown escreveu até agora. Tenho um apreço especial por Anjos e Demônios e Fortaleza Digital, mas O Símbolo Perdido realmente se ergue acima destes dois últimos. O suspense que permeia a narrativa é intrigante, força o leitor a pensar, a fazer associações, a se perguntar como é que aquelas coisas podem estar acontecendo. O suspense e as cenas de ação que se desenrolam ao longo do texto são intensos. E, como sempre, as curiosidades que Brown traz nos seus livros são muito interessantes.

Não sou ingênuo a ponto de não perceber que o autor repete a mesma fórmula em todos os seus livros. Sim, ele faz isso mesmo, repete sempre a mesma coisa: o personagem principal é ajudado por uma parceira atraente e elegante que está estudando um campo misterioso da ciência; ambos são perseguidos por uma junta de policiais que interpretam errado o que eles estão fazendo; o vilão da história é alguém com um passado obscuro que possui contatos espalhados pela cidade e anseia por algo ambicioso; alguém invariavelmente muda de time no final da trama.

Brown está sempre seguindo esse mesmo roteiro, mas… e aí? O que importa é que (pelo menos no meu caso) ele sempre faz o leitor ficar grudado no volume, virando página depois de página para saber afinal o que vai acontecer com os personagens. A narrativa dele sempre me fisga justamente por ser bem trabalhada e, acima de tudo, instigante. Ninguém pode negar que Dan Brown escreve thrillers de suspense de maneira irresistivelmente atraente.

O Símbolo Perdido é uma leitura que vale a pena.

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Por fim, transcrevo abaixo um dos trechos que achei mais interessantes, filosoficamente falando. Existem outros, mas aí está um curto e simples.

“Mesmo naquele momento, parecia que os Antigos Mistérios o desafiavam. ‘O segredo se esconde dentro’ era o principal preceito deles, que instava o homem a buscar Deus não nas alturas do céu… mas sim dentro de si mesmo. O segredo se esconde dentro. Era essa a mensagem de todos os grandes mestres místicos.

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Todos os ensinamentos místicos ao longo da história haviam tentado transmitir essa mesma idéia. (…) Apesar disso, a humanidade continuava a procurar no céu a face de Deus.” (p. 364-5)

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Postado ao som de: Cleaning my Gun, by Mark Knopfler