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02 julho 2010

As aventuras de Sherlock Holmes, de Sir Arthur Conan Doyle

"(…) para chegar à perfeição da arte, o raciocinador precisa saber utilizar todos os dados que chegaram ao seu conhecimento." (p. 119)

As aventuras de Sherlock Holmes Sir Arthur Conan Doyle

Hoje pelo final da tarde, depois de assistir à penúltima rodada das oitavas-de-final da Copa do Mundo (escrevo isto no dia 28 de junho), eu finalizei a leitura do livro As aventuras de Sherlock Holmes (The adventures of Sherlock Holmes, 1892), uma compilação de doze contos do mais célebre detetive do planeta, Sherlock Holmes, criado pelo inglês Arthur Conan Doyle.

O livro que adquiri foi lançado pela editora Martin Claret recentemente. Essa editora já publicou vários outros títulos de Sherlock Holmes, incluindo O último adeus de Sherlock Holmes, mas a hegemonia não é só sua: a L&PM Pocket também possui uma boa quantidade de títulos do personagem mais famoso de Doyle.

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Sinopse: "As aventuras de Sherlock Holmes", obra publicada em 1892, é uma série de doze contos nos quais o genial detetive, acompanhado de seu fiel amigo dr. Watson, deslinda os mais intrincados e, por vezes, assustadores mistérios. Esta edição inclui mistérios conhecidos protagonizados por Holmes, como "Um escândalo na Boêmia", "A liga dos Cabeças Vermelhas" e "A coroa de Berilos".

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Eu já havia lido Um estudo em vermelho (primeira aventura de Sherlock Holmes) há uns três ou quatro anos, e gostei bastante da história (o suspense e a aparente ruptura no meio do livro são impagáveis), mas não sei por que cargas d'água não fui atrás das outras aventuras do detetive. Muito tempo se passou depois que li Um estudo em vermelho, e somente na semana passada, meio que a título de tapa-buraco (pois a vinda de A montanha e o rio pelo correio ainda ia demorar, e eu queria alguma coisa para ler nesse intervalo), encontrei na livraria esta compilação de contos e a trouxe para casa, para passar o tempo.

E foi então que me dei conta do quanto gosto do detetive particular criado pelo sr. Doyle. Ficou fácil, ainda, perceber por que a dupla Holmes e Watson perdurou no tempo e se consolidou tão famosa, mais famosa que o próprio escritor, diga-se de passagem, a ponto de leitores considerarem o personagem Holmes uma pessoa real.

O livro em questão nos traz doze historinhas curtas (média de vinte páginas para cada uma) em que, como sempre, no início de cada conto, Sherlock Holmes e Watson recebem uma visita inesperada no seu apartamento da Baker Street, sendo essa visita geralmente alguém que chega estabanado e vem pedir auxílio ao detetive. Holmes então ouve os relatos atento, acompanhado pelo seu fiel amigo Watson, e no final da exposição do visitante o detetive promete empregar toda a força de seu raciocínio lógico-dedutivo para a resolução do mistério que lhe foi apresentado.

Às vezes a competência desse raciocínio de Holmes na resolução dos mistérios pode nos parecer forçada, sobre-humana até, mas, creio eu, é essa inteligência fantástica do detetive que fez dele um personagem memorável. Sendo assim, eu não me importei quando li algumas deduções extraordinárias por parte de Sherlock Holmes; quando eu lia algo que soasse meio forçado, ainda assim pensava que o mérito era do personagem, e não um exagero do autor.

Para os que ainda não sabem, é Watson quem sempre narra as aventuras de Sherlock Holmes, e é pelos olhos dele que enxergamos o desenvolvimento das tramas das histórias. É importante ainda lembrar que essa narração em primeira pessoa, por Watson, não é gratuita: como que para divulgar as habilidades do seu amigo Holmes, Watson escreve os contos e os publica nos periódicos ingleses. Portanto, quando lemos as histórias de Sherlock Holmes, é como se lêssemos os textos que John Watson escrevia sobre as aventuras que protagonizava com seu amigo.

Falando ainda em coisas impagáveis, não posso deixar de citar a personalidade de Sherlock Holmes, personalidade essa que, sem dúvida alguma, contribuiu enormemente para que ele se tornasse imortal na literatura. Devo confessar que às vezes dá vontade de ser como ele: frio, distante, elegante, completamente desligado de emoções mas sempre com muito bom-humor, de raciocínio rápido e preciso. Um cara realmente admirável; quem lê as histórias dele reconhece isso.

Deste livro, destaco as histórias As cinco sementes de laranja, O mistério do Vale Boscombe, O homem do lábio torcido, O carbúnculo azul, A faixa malhada, A coroa de Berilos e As Faias Cor de Cobre. Mas não é preciso dizer que todos os contos são excelentes e sempre despertam a curiosidade da gente.

Conclusão: Sherlock Holmes é uma leitura quase obrigatória; sendo assim, esse livro é muitíssimo recomendado, principalmente para os que querem entrar pela primeira vez no universo do detetive.

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Abaixo, transcrevo uma passagem de uma fala de Sherlock Holmes, quando este faz a Watson algumas considerações sobre o trabalho de ser detetive.

"O raciocinador ideal é aquele que, depois de conhecer um fato em todos os seus detalhes, deve deduzir não só a série de acontecimentos que o antecederam, mas também todas as suas conseqüências. (…) o observador que examinou bem um acontecimento numa série deve ser capaz de determinar todos os outros [acontecimentos], anteriores e posteriores. (…) É possível resolver pelo estudo problemas que desafiaram os esforços dos que buscaram sua solução apenas com a ajuda dos sentidos." (p. 119)

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Por fim, segue o trailer legendado do filme Sherlock Holmes, lançado aqui no Brasil em janeiro de 2010. Ainda não assisti, mas me parece que a dupla retratada no longa passa a anos-luz da dupla literária. Como disse o site Omelete, "Se o seu medo era uma completa descaracterização do famoso detetive em prol de um personagem mais moderno e capaz de carregar uma franquia nas costas, comece a se preocupar."