“E depois viram as pessoas caindo das janelas, jogando-se para fora e então no ar, em direção ao solo.” (p. 36)
Pela manhã do dia de hoje, eu finalizei a leitura do livro jornalístico 102 Minutos – A História Inédita da Luta pela Vida nas Torres Gêmeas (102 Minutes – The Untold Story of the Fight to Survive inside the Twin Towers, 2005), que, como o próprio subtítulo sugere, narra a catástrofe que se abateu sobre Nova York no dia 11 de Setembro de 2001, conseqüência de atentados terroristas islâmicos.
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Sinopse: Entre o instante em que o primeiro avião atingiu a Torre Norte do World Trade Center, às 8h46 do dia 11 de setembro de 2001, e o momento em que a mesma e última torre desabou, passaram-se 102 minutos. É este intervalo de tempo que os jornalistas Jim Dwyler e Kevin Flynn, repórteres do New York Times, recriam nesse livro eletrizante.
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Como o livro retrata a história real e dramática de milhares de pessoas que estiveram envolvidas no incidente, não cabe ao blog julgar a qualidade “literária” da obra; em outras palavras, não tem sentido dizer se o livro prende a atenção do leitor ou se o estilo de escrita é interessante, por exemplo. Deixo esse tipo de escrutínio apenas para obras de ficção, que podem ser avaliadas segundo esses padrões porque são fruto unicamente da imaginação do autor.
102 Minutos narra, sim, de modo impecável, com uma surpreendente avalanche de detalhes, toda a movimentação dentro das Torres Gêmeas antes, durante e depois dos ataques terroristas. O livro nos mostra o tráfego das pessoas – funcionários de escritórios, funcionários do prédio, resgatadores do corpo de bombeiros, agentes da polícia local – desde momentos antes de o avião comercial se chocar contra a Torre Norte do complexo WTC, até momentos depois de a última torre desabar, transformando o cenário de Nova York e selando a morte de 2.749 pessoas.
O texto traz ainda uma boa e conveniente gama de informações básicas que, creio eu, os leitores interessados no assunto devem saber: a companhia que era proprietária dos edifícios na época, a repercussão que o incidente de 1993 teve sobre o de 2001, o descaso que muitas autoridades deram à questão da segurança do World Trade Center e a absoluta falta de comunicação entre bombeiros e policiais de Nova York, na hora de socorrer às vítimas.
Aliás, Dwyer e Flynn frisam bastante esse aspecto da falta de interação comunicacional entre as agências de policiais e bombeiros durante todo o desenrolar da catástrofe, mostrando o quanto polícia e corpo de bombeiros carecia de um sistema de comunicação eficiente e coordenado na época. A importância dada a essa questão, no livro, serve de aviso e alerta para que as autoridades tomem melhores precauções no futuro e evitem – ou tentem ao máximo evitar – desastres futuros.
102 Minutos é uma leitura indispensável para quem se interessa pelo assunto e, também, para quem ficou impressionado pelas quedas das Torres Gêmeas, como eu.
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Abaixo, transcrevo um trecho marcante do livro.
“Mais tarde, as pessoas nos andares superiores da Torre Norte passaram a se retirar para as salas e a selar as portas, mas a fumaça era inclemente, empurrava-as contra as janelas, que não podiam ser abertas. À medida que fumaça e fogo se espalhavam pelos edifícios, multidões de pessoas ligavam para o 911 pedindo permissão para quebrar as janelas. Não, diziam os atendentes, isso vai piorar ainda mais a situação. Então, elas chamavam de novo para dizer que a situação estava pior. Do outro lado da sala, relatavam, os outros já quebravam as janelas. E estavam saltando.” (p. 156)
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