Ontem pela manhã, antes de sair correndo para a pseudo-prova de Humanismo na universidade, finalizei em casa a leitura do clássico infanto-juvenil Pollyanna (Pollyanna, 1913), da escritora estadunidense Eleanor H. Porter.
Sinopse: Miss Polly Harrington é uma rica e sisuda senhora de quarenta anos de idade, que vive em uma próspera mansão sobre as verdejantes colinas do Leste dos Estados Unidos, em agradável zona rural. Ela é uma mulher irascível e solitária, que somente divide os aposentos da casa com os poucos empregados: Nancy, a secretária do lar; Mr. Tom, o velho e fiel jardineiro; e o jovem Timothy, sobrinho de Tom e responsável pelo deslocamento das pessoas até a cidade mais próxima.
Eis que Miss Polly fica surpresa - e indignada - com a repentina notícia da vinda da sobrinha Pollyanna, que, após perder pai e mãe, busca acolhimento na mansão de sua tia. No entanto esta última - acostumada à solidão e tendo aversão à sociedade - trata Pollyanna com aspereza e indiferença, até que o otimismo incurável da criança a faça rever os próprios conceitos.
Pollyanna não é um livro para aquelas pessoas que costumam inserir ao hábito da leitura certo anacronismo social; não é um livro para aqueles que buscam em uma obra do início do século passado costumes atuais, tramas contemporâneas e enredos originais. A história do presente romance fala sobre uma garotinha de 11 anos de idade que procura ser feliz o tempo inteiro, vendo o lado bom das coisas em praticamente todas as situações. E isso, para nós contemporâneos, já é algo bem batido, eu suponho, de modo que não desperta o interesse em muitos leitores.
De qualquer forma, o livro foi escrito em 1913 e teve imediato sucesso editorial, não sem mérito. O enredo da história, embora simples, é bem amarrado, e isso faz com que nos atenhamos de modo fixo à leitura. Em determinado momento, chegamos a nos perguntar: "E agora? O que será que vai acontecer com esse personagem? E esse?" Mesmo com poucos elementos, a obra tem vida e consegue cativar as pessoas com uma bela narrativa frugal, clássica, que Eleanor soube tão bem construir e conduzir.
O otimismo irreversível de Pollyanna é devido a um curioso jogo inventado pelo seu falecido pai, o famoso "jogo do contente", que tinha como objetivo fazer com que os participantes descobrissem algo para ficarem contentes em uma situação de extremo revés. Em memória ao pai, Pollyanna dá prosseguimento à brincadeira, procurando minúcias em tudo para ficar contente - mesmo quando, às vezes, isso é impossível - e passa a ensinar o jogo a todas as pessoas da pequena cidadezinha onde vive, convencendo-as a jogar também e a ver o quanto suas vidas podem ser boas.
Sinopse: Miss Polly Harrington é uma rica e sisuda senhora de quarenta anos de idade, que vive em uma próspera mansão sobre as verdejantes colinas do Leste dos Estados Unidos, em agradável zona rural. Ela é uma mulher irascível e solitária, que somente divide os aposentos da casa com os poucos empregados: Nancy, a secretária do lar; Mr. Tom, o velho e fiel jardineiro; e o jovem Timothy, sobrinho de Tom e responsável pelo deslocamento das pessoas até a cidade mais próxima.
Eis que Miss Polly fica surpresa - e indignada - com a repentina notícia da vinda da sobrinha Pollyanna, que, após perder pai e mãe, busca acolhimento na mansão de sua tia. No entanto esta última - acostumada à solidão e tendo aversão à sociedade - trata Pollyanna com aspereza e indiferença, até que o otimismo incurável da criança a faça rever os próprios conceitos.
Pollyanna não é um livro para aquelas pessoas que costumam inserir ao hábito da leitura certo anacronismo social; não é um livro para aqueles que buscam em uma obra do início do século passado costumes atuais, tramas contemporâneas e enredos originais. A história do presente romance fala sobre uma garotinha de 11 anos de idade que procura ser feliz o tempo inteiro, vendo o lado bom das coisas em praticamente todas as situações. E isso, para nós contemporâneos, já é algo bem batido, eu suponho, de modo que não desperta o interesse em muitos leitores.
De qualquer forma, o livro foi escrito em 1913 e teve imediato sucesso editorial, não sem mérito. O enredo da história, embora simples, é bem amarrado, e isso faz com que nos atenhamos de modo fixo à leitura. Em determinado momento, chegamos a nos perguntar: "E agora? O que será que vai acontecer com esse personagem? E esse?" Mesmo com poucos elementos, a obra tem vida e consegue cativar as pessoas com uma bela narrativa frugal, clássica, que Eleanor soube tão bem construir e conduzir.
O otimismo irreversível de Pollyanna é devido a um curioso jogo inventado pelo seu falecido pai, o famoso "jogo do contente", que tinha como objetivo fazer com que os participantes descobrissem algo para ficarem contentes em uma situação de extremo revés. Em memória ao pai, Pollyanna dá prosseguimento à brincadeira, procurando minúcias em tudo para ficar contente - mesmo quando, às vezes, isso é impossível - e passa a ensinar o jogo a todas as pessoas da pequena cidadezinha onde vive, convencendo-as a jogar também e a ver o quanto suas vidas podem ser boas.
Eu adorei o livro. Como disse antes, Pollyanna é um dos pioneiros do gênero romântico infantil e, por esse motivo, não é uma auto-ajuda piegas. Meu irmão - anacrônico - não compartilhou essa visão e olhou para o título na capa balançando a cabeça em negativa, dizendo que eu estava mesmo sem opções de leitura. Retruquei dizendo-lhe que aquele era um clássico, assim como O Grande Gatsby e Vinte Mil Léguas Submarinas - todos eles têm o seu valor próprio. Meu irmão não deu o braço a torcer e comentou que eu deveria ler coisas "menos bobas e infantis". Bem, gosto não se discute.
Há um trecho interessante que resume de forma clara a essência do livro, e que transcrevo aqui:
- Bem, é um jogo. Meu pai me ensinou, e é maravilhoso - explicou Pollyanna. - Nós sempre o jogávamos, desde que eu era bem pequena. (...) Começamos com um par de muletas que veio no barril dos missionários.
- Muletas?
- Sim. Sabe, eu queria uma boneca, e meu pai havia escrito que a mandassem, mas quando o barril chegou, não havia bonecas, e sim um par de pequenas muletas. (...) Foi aí que começamos tudo.
- Bem, não entendo como é esse jogo... - disse Nancy, quase exasperada.
- O jogo era encontrar um motivo para ficar contente com todas as coisas, não importa o que fossem. E começamos ali mesmo, com as muletas.
- Eu não consigo ver nada para ficar contente com isso. (...)
- Muletas?
- Sim. Sabe, eu queria uma boneca, e meu pai havia escrito que a mandassem, mas quando o barril chegou, não havia bonecas, e sim um par de pequenas muletas. (...) Foi aí que começamos tudo.
- Bem, não entendo como é esse jogo... - disse Nancy, quase exasperada.
- O jogo era encontrar um motivo para ficar contente com todas as coisas, não importa o que fossem. E começamos ali mesmo, com as muletas.
- Eu não consigo ver nada para ficar contente com isso. (...)
- Por que não ficar contente pelo fato de não precisar delas? - exultou Pollyanna, triunfante.
Olá, grande amigo Marlo. Desculpe a minha ausência no seu blog estes últimos dias, estive bastante atarefado com a nova vida de universitário.
ResponderExcluirLi todas as novas resenhas, e fiquei bastante interessado por alguns dos resenhados, especialmente os de Haruki Murakami e Natsume Soseki. Pollyanna também é um grande clássico como você disse, seu irmão é um tolo em desprezar esta tão singela obra.
Espero adquirir algum(ns) dos seus livros resenhados para podermos discutir mais a fundo sobre eles. Parabéns mais uma vez pelo blog e pelos ricos textos, continue com o ótimo trabalho!
Abraço!