"Quando tenho algum dinheiro, compro livros. E quando resta alguma coisa, aí eu compro roupas e comida." (Erasmo*)
Esta não é uma postagem séria. Convém esclarecer.
Por muito tempo, ultimamente, eu vim publicando aqui no blog somente resenhas sobre os livros que eu leio. Devo confessar que, quando criei o Gato Branco em Fuligem de Carvão, minha intenção inicial era não só escrever artigos sobre esses livros, mas falar também de qualquer outra coisa que entrasse no universo da literatura, fosse o que fosse.
E já faz algum tempo que eu quero escrever algo sobre fontes de livros (em outras palavras, a tipologia usada no miolo de determinadas edições). Acho que vou usar este post para isso. É bom que eu saio da mesmice das resenhas e abro uma discussão nova, até porque vejo que são poucas as pessoas que se importam com as fontes usadas em certos livros – e para mim, infelizmente, isso é uma coisa de importância sui generis.
Dessa vez, quem está no banco dos réus é ela: a fonte Electra, de Dwiggins. Pela primeira vez, estamos nos enfrentando cara a cara, abertamente.
A dita cuja. Sejam sinceros: não é estranha?
Minha rixa contra essa letra é fácil de entender. Eu apenas a acho moderna demais para ser empregada em livros, e, o que é pior, em livros sérios, clássicos. Posso estar delirando em público escrevendo este artigo, mas a verdade é que eu acho a Electra totalmente incompatível com títulos de autores como J. M. Coetzee, Salman Rushdie, Philip Roth etc. Essa letra me passa uma impressão de agilidade, superficialidade, modernidade, efemeridade… incompatível com os livros de autores desse calibre.
E, para a minha tristeza, a Electra pode ser encontrada em inúmeros títulos hoje em dia. Antigamente, ela era mais rara, mas agora está em Um país distante, em Os filhos da meia-noite, em Verão e O animal agonizante, só para citar alguns. Eu acho que seria capaz de pagar mais caro por um livro, só para trocar a Electra por uma fonte estilo Iskoola Pota, por exemplo. Tudo bem, exagerei. Não pagaria mais caro.
As vítimas, em ordem de citação
Mas se existe uma fonte realmente arrebatadora de tão boa, essa maravilha se encontra nos livros da editora Alfaguara, selo da Objetiva. A tal da letra é tão boa que seu nome nem consta na ficha catalográfica dos livros em que é publicada, e até hoje eu fico sem saber como essa beleza se chama. De qualquer modo, falar da competência da Alfaguara já é assunto antigo, não?
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*Não sei quem é Erasmo. O livro de onde tirei a frase também não explicava.
A fonte dos livros da Alfaguara não é a Minion?
ResponderExcluirOlá, Amanda!
ResponderExcluirNão sei se a fonte dos livros da Alfaguara é a Minion. Realmente, parece ser. Vou pesquisar melhor e conferir!
A propósito, reli esta minha postagem por conta do seu comentário. Não sei por quê, mas hoje ela me parece meio boba e mal escrita, apesar de eu ainda ter o mesmo sentimento com relação à fonte Electra.
De todo modo, obrigado pela passagem no Blog. Seja bem-vinda! :)