"(…) cada pessoa incluída é um dos verdadeiros personagens monumentais da história mundial." (p. 33)
Para não deixar o blog entregue às moscas, abandonado e esquecido no tempo, passei hoje a tarde a pensar em um assunto que pudesse constituir um texto com o objetivo de suprir a pausa de duas semanas nos artigos daqui.
Eis que decidi, no último instante, escrever alguma coisa sobre As 100 maiores personalidades da história (The 100: a ranking of the most influential persons in history, 1978, revisado em 1992), escrito pelo astrônomo norte-americano Michael H. Hart, portador de um currículo invejável que mostra sua formação e especialização tanto em ciências humanas quanto em ciências exatas.
Sinopse: As 100 Maiores Personalidades da História apresenta as biografias, a maioria delas acompanhada de fotos e ilustrações, das pessoas que mais influenciaram a nossa história e a formação do mundo.
Tudo com base na pergunta: "Dos bilhões de seres humanos que viveram sobre a Terra, quais os que mais influenciaram o curso da História?" O autor apresenta um desfile cronológico de homens e mulheres que conduziram o destino da humanidade.
As 100 maiores personalidades da história foi um livro que herdei de meu avô, não como herança propriamente dita, mas mais como fruto de um legado acidental. Nas semanas que precederam sua morte, ele me emprestara o livro e, quando finalmente morreu, não me restou alternativa senão ficar com o volume de lembrança. Até hoje, guardo a impressão de que, através de um mecanismo genético desconhecido, eu nasci com o seu amor incondicional pela leitura.
Isso aconteceu há muitos anos e eu ainda era muito novo, mas lembro que o livro de Hart me atraiu porque se ousava a fazer uma lista das 100 mais importantes pessoas que já passaram por este mundo; e a sensação de polêmica ficou mais inflamada ainda quando vi que Isaac Newton havia ficado na frente de Jesus Cristo – ou seja, a "ciência" estava na frente da "religião".
É lógico que todas as personalidades da lista foram selecionadas arbitrariamente, e suas posições não são nem de longe definitivas. Aliás, cabe deixar claro que as posições ocupadas por certas figuras na relação não devem ser encaradas como pano de fundo para polêmicas, tanto mais porque o próprio autor tem consciência de que seu ranking é seu ranking, e tem o objetivo de apenas suscitar reflexões nos leitores, e não de lhes impor uma hierarquia de celebridades.
O resultado é que, em vez de tirar o atrativo do livro, essa arbitrariedade na seleção e nas posições só faz aumentá-lo, porque você pode organizar as personalidades a seu bel-prazer e até mesmo incluir outras, ausentes da lista. No fundo, a compilação de Hart está ali mais para instruir o leitor acerca da importância das figuras históricas do que para mostrar um ranking "competitivo".
A maioria dos cristãos considera a regra Amai seu inimigo – no máximo – ideal a ser alcançado em algum mundo perfeito, mas preceito racionalmente impraticável para a conduta neste mundo. (…) O ensinamento mais proeminente de Jesus permanece, portanto, como sugestão instigante, mas basicamente não praticada. (p. 65)
Basicamente, o que um livro com um tema tão intelectual como esse poderia ter de especial para atrair a atenção de um pirralho como eu? Sem dúvida nenhuma, a linguagem usada por Hart. Ela não traz nada daquela rigidez dos textos acadêmicos históricos, e mostra-se bem fluida, leve, instrutiva – quase como um texto de revista. É bom lembrar que essa linguagem não quer dizer que o livro seja superficial; é, antes de tudo, acessível, gostoso de ler.
E a leitura de suas 600 páginas não se torna cansativa também por conta de outro fator: cada personalidade tem a sua "biografia" resumida em quatro ou cinco páginas, no máximo. Hart se preocupou apenas em tecer a idéia central da contribuição de cada figura, além de algumas curiosidades e o porquê de sua presença na lista. Bem bacana. Dessa maneira, os "capítulos" acabam ficando bem curtos.
As 100 maiores personalidades da história faz parte de um grupo de livros escritos por pessoas diferentes, mas com o mesmo objetivo: fazer uma lista das 100 maiores "coisas" da humanidade. A Editora Difel, responsável pelo lançamento dos livros aqui no Brasil, já publicou alguns títulos interessantes, como esses da imagem de cima. Há também um que compila os 100 livros mais influentes da história, cuja capa eu não encontrei na internet para compartilhar aqui (não sei se ele oficialmente faz parte dessa coleção).
Todos os títulos da coleção:
- As 100 maiores catástrofes da história;
- As 100 maiores invenções da história;
- Os 100 maiores mistérios do mundo;
- Os 100 maiores líderes militares da história;
- As 100 maiores personalidades da história;
- Os 100 maiores cientistas da história.
Conclusão: leitura leve e prazerosa, além de instrutiva. Recomendado.
Olá Marlo,
ResponderExcluirEu acredito que a leitura deste livro deva trazer grande contribuição para os que se dedicam a estudar a vida de pessoas que deixaram sua marca na história.
Quanto ao fato de Jesus Cristo ter sido citado depois de Newton acredito que seja uma marca de sua trajetória, quando ele preferiu ser servidor.
abraços,
Gustavo
Olá, Gustavo!
ResponderExcluirSem dúvida, contribui, sim.
Gostei da sua interpretação sobre a colocação de Jesus... Essa é uma das vantagens do livro: suscitar questões assim!
Abraços