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17 janeiro 2010

Pobre George, de Paula Fox

“Será que o mais próximo que se podia chegar da felicidade era um vago sentimento de auto-aceitação?” (p. 209)

Pobre George Paula Fox

Hoje pela manhã, eu finalizei a leitura do sétimo livro que estava na fila do meu Projeto Leitura de Férias: Pobre George (Poor George, 1967), escrito pela avó de Courtney Love, a norte-americana octogenária Paula Fox.

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Sinopse: George Mecklin é um professor de inglês insatisfeito com sua vida e seu casamento. A vida de George parece não ter qualquer propósito até o momento em que ele surpreende um adolescente dentro de sua casa. Ernest não é um ladrão; gosta apenas de investigar a vida dos moradores por lazer. E o que poderia se tornar um caso de polícia acaba sendo uma reviravolta na vida de George. Um retrato vívido e ácido da vida em um subúrbio americano na década de 1960, Pobre George tem diálogos abruptos e um perturbador elenco de personagens secundários.

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Comprado totalmente a título de improviso e tapa-buraco (eu tinha de ler alguma coisa enquanto Maré Voraz, de Amitav Ghosh, não chegava pelo correio), Pobre George saltou aos meus olhos enquanto eu passeava pela minha livraria predileta no norte da cidade.

Sem compromisso algum, peguei o volume em mãos e li a sinopse que a editora Record escreveu na contracapa. Imediatamente minha atenção foi captada… parecia ser o tipo de leitura que eu vinha procurando há muito tempo. Verifiquei o preço: razoavelmente barato. Ainda fiquei em dúvida se levava para casa ele ou Após o Anoitecer, de Murakami, mas acabei me decidindo pelo Pobre George, mesmo. (Murakami fica para outro dia.)

O livro de Paula Fox é muito bom. A narrativa começa de forma interessante, embora logo depois essa sedução se perca, para depois reaparecer outra vez, dessa feita para valer. Ler Pobre George pode não ser um exercício absolutamente prazeroso do início ao fim, mas, bem feitas as contas, vale bem a pena você gastar três dias de sua vida para lê-lo. É a história um tanto inusitada do livro que faz com que o leitor não abandone o volume.

Mesmo sendo narrada em capítulos bem longos (coisa de que não sou muito fã), a trama prende o interesse do leitor e faz com que este não largue o livro, principalmente quando chegam as últimas páginas, que é onde o enredo toma proporções mais dinâmicas. Eu, pessoalmente, estaria mentindo se dissesse que não gostei da história. Gostei, sim, e bastante.

Um ponto alto do livro é algumas pequenas frases que são ditas de repente, e que contêm boas verdades. O narrador, autor da maioria dessas frases, é áspero e inflexível, o que dá à obra um caráter também interessante, como se a pessoa que conta a história estivesse ali para julgar fatalmente os personagens.

Em suma, Pobre George é um bom passatempo.

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“Ela é a avó da Courtney Love, sabia?”, disse a minha amiga, Natália, quando eu mostrei o livro a ela.

“Quem? Paula Fox?”, perguntei, surpreso. Courtney Love é uma das roqueira mais desvairadas que existem: aquela que teve um relacionamento com o Kurt Cobain. “Parece difícil de acreditar que Paula Fox seja avó da Courtney.”

“Mas é”, Natália afirmou. “Acredite.”

Fui pesquisar o boato e descobri que é verdade. Mundo louco, este.

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