"Passo na frente de um trem desgovernado, só para me sentir vivo outra vez."
Quem anda constantemente atualizado no mundo dos video-games provavelmente já ouviu falar do jogo Red Dead Redemption, um dos mais badalados lançamentos do ano de 2010 para os consoles Playstation 3 e XBox 360 – plataformas para as quais ele foi produzido. Colecionando críticas elogiosas ao redor do mundo (média de 95% nos agregadores Metacritic e GameRankings), o game, desenvolvido pela empresa Rockstar (a mesma que nos deu a franquia do célebre Grand Theft Auto), vendeu mais de 2 milhões de unidades somente nos meses de maio e junho do ano em que chegou às lojas. Com essa marca de vendagem que não deixa de ser impressionante, elevou-se ao patamar reservado apenas aos jogos de maior sucesso de todos os tempos.
A história do jogo se passa por volta de 1911, no declínio do Velho Oeste Americano, e tem John Marston, um ex-criminoso, como personagem principal. Depois de abandonar a vida torturante e incerta de fora-da-lei, Marston é intimado pelo governo a colaborar na captura de três membros de sua antiga gangue. Acossado pelas autoridades, o anti-herói do jogo não tem escolha: sua família foi sistematicamente seqüestrada pelo governo, e Marston só pode vê-la novamente se aceitar capturar seus ex-colegas de bando e trazê-los para a luz da justiça.
Bastam alguns minutos de jogo para que qualquer gamer reconheça que Red Dead Redemption possui um dos melhores gráficos já produzidos no que diz respeito aos mundos abertos. (Um jogo de mundo aberto proporciona mais liberdade ao jogador, já que não há uma linearidade pré-estabelecida a ser seguida, mas, sim, um grande território no qual ele pode realizar, na ordem que preferir, pequenas missões que conduzem o enredo). Mesmo o cuidado com os detalhes do cenário são enormes, e prestar atenção em cada vestimenta, arma, ambiente, casebre ou cavalo é um passatempo divertido e muito bem recompensado.
Já joguei uma boa parte do jogo e, como eu disse antes, ele de fato possui uma qualidade ímpar. Mas o que verdadeiramente me motivou a escrever esta postagem foi a trilha sonora do game, que, na minha opinião, está à altura de tudo o mais que Red Dead Redemption oferece. Inclusive, dentre os diversos prêmios com os quais o jogo foi agraciado, estão o de "Melhor Música" e "Melhor Trilha Sonora Original" (segundo o Video Game Awards).
Postarei aqui as duas músicas que mais me chamaram a atenção em todo o álbum gravado com exclusividade para o jogo. A primeira delas, Far away, foi composta e interpretada pelo sueco (filho de argentinos) José González, recebendo, com justiça, o prêmio de Melhor Música em 2010. É um folk extremamente prazeroso e, de certa maneira, também melancólico. Para ouvir a faixa direto no Youtube, clique aqui.
(Ao que parece, a censura ao compartilhamento de cultura mostrou sua face mais uma vez, de modo que não consegui postar o vídeo diretamente aqui no Blog.)
A segunda música que gostei imensamente de ouvir é o próprio tema do jogo, intitulada, naturalmente, de (Theme From) Red Dead Redemption. Essa faixa, composta por Bill Elm e Woody Jackson, possui ares de grandiosidade crescente e lembra o conceito dos filmes antigos de western. Mais uma que vale muito a pena conferir. Por alguma razão, felizmente, consegui compartilhar o vídeo-áudio dessa música aqui mesmo. Confiram:
(Caso, no futuro, o vídeo acima deixe de funcionar, ouçam a música no Youtube mesmo, clicando aqui).
Boa semana! :)
De fato Red Dead Redemption tem merecida fama, por mais que ele não me apeteça em nada. Nunca fui fã de velho oeste, mas reconheço que é extremamente bem produzido.
ResponderExcluirMas algo que eu gostaria de destacar na verdade é essa questão de prêmio de melhor música. O que acontece é que essas premiações privilegiam produções ocidentais... logo muitas OSTs (Original Sound Tracks) de compositores orientais, que eu particularmente prefiro bem mais por não parecer música de filme épico, ficam desmerecidamente de fora.
Abraço :)
Olá, Farley!
ResponderExcluirO jogo realmente conquista vários gamers, por mais que eles não sintam atração pelo gênero de Velho Oeste. É mesmo muito bem produzido, como você disse. :)
Essa história das premiações sempre é uma questão parcial e complexa, porque envolve um contexto e uma cultura específica. É como o Oscar. Existem centenas de filmes muitíssimos interessantes pelo mundo afora, mas a Academia elege apenas aqueles que foram produzidos nos EUA - a categoria de filme estrangeiro é bem relegada a segundo plano. Como fruto de um contexto, é natural que essas premiações valorizem o que foi produzido naquele meio. O importante é ter uma visão mais panorâmica e entender que existem coisas boas fora, também. Um bom exemplo é esse das músicas orientais que você mencionou. :)
Abraços!